quinta-feira, 26 de abril de 2012

Dinheiro para quem não precisa de Dinheiro


Dinheiro para quem não precisa de Dinheiro



A grande máxima da economia nunca esteve tão viva, com a nova possibilidade fomentada pelos bancos públicas do Brasil, quanto à queda das taxas de juros. Os bancos baixarão sim, as taxas de juros, só que as linhas de crédito que terão tal beneplácito, serão aquelas oferecidas aos clientes que possuem grande poder aquisitivo, ou seja, os clientes que não possuem necessidade de financiamento.

Verifica-se atualmente no mercado financeiro, uma resistência por parte dos bancos privados em aderir a esta nova conjuntura de redução dos juros. Por um lado até se entende, tendo em vista que o sistema financeiro não sairá emprestando recursos financeiros a qualquer correntista, pois existe o fantasma da inadimplência que hoje ronda o mercado, e contra esta prática quaisquer empresários deverá se precaver. Por outro lado percebe-se que a aludida resistência, reside na ganância dos banqueiros, que não querem abrir mão de parte dos seus lucros. O que não se deve admirar, já que no sistema capitalista a prioridade encontra-se na maximização do lucro.

No que tange aos bancos públicos, relevante destacar que o banco do Brasil encontrará dificuldades para sustentar à política de redução de juros. O banco possui capital aberto, ou seja, ações nas bolsas de valores, portanto, tem compromisso com a maximização do lucro, se a taxa de juros é o preço do dinheiro e nela está embutida à taxa de lucro dos acionistas, o Banco do Brasil poderá enfrentar dificuldades de financiamento, em decorrência entrar numa curva de descapitalização dos seus ativos, devido à migração dos seus acionistas para outros papéis, cuja rentabilidade seja superior. Esta é a lei do mercado. O capitalista não procura fazer caridade com o seu próprio recurso, ele quer o lucro.

Diante do exposto, lanço minhas dúvidas em relação ao atual momento, que a meu ver não se sustentará no longo prazo, devidos aos interesses dos banqueiros que ora estão sendo contrariado, e todos sabem que no sistema capitalista quem manda é quem possui poder monetário, tal poder sobra na mão dos bancos. Torcemos para que todas as medidas que foram apresentadas para forçar a queda das taxas dos juros tenham fôlego para se sustentar no longo prazo. Não quero entender que seja mais uma novidade do ano eleitoral para o PT eleger o máximo de prefeitos possíveis, e com isso aumentar a sua base política.           

terça-feira, 24 de abril de 2012

Retirado do Blog Democracia política e o novo Reformismo

terça-feira, 24 de abril de 2012


OPINIÃO DO DIA – Werneck Vianna: CPI “do fim do mundo”


As coisas humanas andam, e o seu andamento sinaliza, para o governo Dilma, o que talvez fosse ainda pouco visível para o seu antecessor: o presidencialismo de coalizão, na forma como vem sendo praticado, converteu-se numa política de alto risco para a democracia brasileira. O presidencialismo de coalizão, decerto, tem-se mostrado, entre nós, como uma via institucional adequada a fim de afiançar governabilidade, especialmente após a experiência frustrada do governo Collor, que se pretendeu pôr acima dos partidos. Mas a reiteração acrítica da sua prática, em particular no segundo mandato de Lula e na articulação da composição ministerial do governo Dilma, cuja montagem original não resistiu sequer a poucos meses de operação, não deixa mais dúvidas quanto à necessidade da revisão do seu modo de operação. O affaire Demóstenes-Cachoeira, com a CPI "do fim do mundo" ou sem ela, bem que pode ser a gota d"água.

WERNECK VIANNA, Luiz, professor-pesquisador da PUC-Rio. O Cachoeira e a gota d'água, em O Estado de S. Paulo, 22/4/2012

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Perigoso Caminho da Argentina


Perigoso Caminho da Argentina

Argentina vive momento delicado no que tange a expropriação dos ativos da Repsol. O mundo econômico financeiro, olha com significativa restrição tal comportamento, tendo em vista que as regras adotadas pelos sistemas econômicos atuais, priorizam o ideário neoliberal, com a livre iniciativa dos investimentos, e com o mínimo de participação de inserção estatal.

Com esta postura os argentinos, afugentam o capital que desejaria expandir os seus negócios, no país. Várias empresas, já anunciam redução dos investimentos na Argentina, inclusive empresas brasileiras que encontram-se instalada lá, já pensam em se retirar. A desconfiança ronda o país. A tendência será a redução do volume de negócios, tendo em vista que o capital só investe em ambientes econômicos que existem confiança, credibilidade e apoio do governo no que se refere a garantias de estabilidade da ordem jurídica, coisa que não ocorre na argentina neste momento.

A economia portenha poderá entrar num processo de isolamento, com a população sendo a primeira a ser prejudicada, a espiral inflacionária apresenta sinal de descontrole, salários estão perdendo os seus poderes aquisitivo. E agora? Vamos aguardar.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Retirado do Blog Democracia Política e o novo Reformismo

quinta-feira, 19 de abril de 2012


OPINIÃO DO DIA – Habermas: democracia e bem comum

O que mais me inquieta é a injustiça social, que consiste no fato de que os custos socializados oriundos da pane do sistema atingem da forma mais dura os grupos sociais mais vulneráveis. Assim, solicita-se da massa composta por aqueles que, de qualquer modo, não pertencem aos que lucram com a globalização que ela de novo pague pelas conseqüências, em termos da economia real, de uma falha funcional previsível do sistema financeiro. Também em escala mundial, esse destino punitivo efetua-se nos países mais fracos economicamente. Esse é o escândalo político. Mas apontar agora bodes expiatórios, isso, sem dúvida, considero hipocrisia. Também os especuladores comportaram-se de forma conseqüente, nos limites da lei, de acordo com a lógica, aceita socialmente, da maximização dos ganhos. A política se torna ridícula quando moraliza, em vez de se apoiar no direito coativo do legislador democrático. Ela, e não o capitalismo, é responsável pela orientação voltada ao bem comum.

HABERMAS, Jürgen (Düsseldorf, 18 de Junho 1929) é um filósofo e sociólogo alemão, entrevista . Folha de S. Paulo/Mais, 10/11/2008.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

REPSOl


REPSOl

Caminho difícil e complicado tomado esta semana pela ilustre presidente da Argentina, em relação à expropriação da empresa petrolífera espanhola a famosa Repsol.

Todos sabem que a expropriação de determinado bem pela administração pública é plenamente aceitável e legal, desde que obedeça aos requisitos pré-determinados pela constituição de cada país. No caso em tela onde se envolve uma multinacional da relevância da empresa espanhola, com ações em várias bolsas de valores, a situação não pode se encarada como um fato corriqueiro. Envolve interesses de muitos investidores.

No caso da Argentina, o fato poderá implicar em ações de retaliações por parte do mercado financeiro internacional. Vive-se atualmente numa economia globalizada, onde a economia de mercado tornou-se uma marca mundial. E este tipo de prática é execrável pelos mercados.

Os capitais diante desta conjuntura inusitada poderão fazer represália à economia Argentina como já vem ocorrendo, nos últimos anos. À Argentina foi o país do MERCOSUL que menos recebeu capital estrangeiro, em 2011. Isto não é bom para as economias. Os investimentos, sobretudo aqueles que dizem respeito à nova implantação de plantas industriais poderão sofrer retrocesso. Será de bom tom, se as autoridades Argentinas conseguirem voltar atrás, numa decisão negociada com os espanhóis. O mundo inteiro agradeceria. Vamos torcer!!!   

terça-feira, 17 de abril de 2012

Retirado do Blog Democracia e o novo Reformismo

terça-feira, 17 de abril de 2012


OPINIÃO DO DIA - Eduardo Graeff: A língua do PT

Nunca diga “corrupção” quando um companheiro estiver envolvido. Soa grosseiro, preconceituoso, udenista. Prefira “malfeito”, no tom ligeiramente condescendente de mãe dando bronca em filho: “Que malfeito, menino!”

Mas evite chamar companheiro de “malfeitor”. “Corrupto”, nem pensar, claro. Se for inevitável adjetivar, tente “aloprado” ou qualquer coisa do mesmo campo semântico, denotando mais falta de jeito do que de escrúpulo.

“Mensalão”, só pronuncie para abjurar, como ontem mesmo o companheiro Jilmar Tatto: “Isso que é chamado de mensalão, e que nós, petistas, repudiamos e afirmamos que não existiu, tem sua própria rotina. Será julgado pelo STF. Se quisermos falar desse episódio, temos de tratar de financiamento de campanha, e não de ocupação da máquina do Estado, como queria o Cachoeira. Mensalão é caixa 2, é outra coisa”.

“Hegemonia”, na língua do PT, é isso: a pretensão de reescrever numa penada o dicionário e a história do Brasil.

Cada louco com a sua mania… Essa pelo menos facilita a vida dos institutos de pesquisa. O entrevistador chega numa esquina movimentada e pergunta: “Quem aí acredita que o mensalão não existiu?” Quem levantar a mão é petista.

GRAEFF, Eduardo, mestre em ciência política pela Universidade de São Paulo, no Blog eAgora, 13/4/2012.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Blog Democracia e o novo Reforsmismo

segunda-feira, 16 de abril de 2012


OPINIÃO DO DIA – Habermas: “entendimento”, “agir comunicativo”

O centro das minhas reflexões passou a ser ocupado pelos conceitos “entendimento” e “agir comunicativo”. Visto que estes possuem um sentido mais trivial, pois se referem àquilo que acontece interruptamente na prática do dia-a-dia – sem o brilho poético ou romântico que costuma acompanhar as experiências extraordinárias. Ora, num primeiro momento, isso também não tem nada a ver com a moral. Mesmo não levando em conta o fato de que o agir moral, ao contrário do que o senhor afirma, não pode ser explicado a partir da oposição entre egoísmo e altruísmo, convém ter em conta que freqüentemente aquilo que aparece como nossa obrigação coincide com nossos interesses legítimos, inclusive com interesses no curto prazo.

HABERMAS, Jürgen, Düsseldorf, 18 de Junho 1929) é um filósofo e sociólogo alemão. Sobre o poder das teorias e sua importância, p.164

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Comentário a matéria do Blog Economia do Norte Fluminense sobre o Projeto Capacitar


Caro Professor,

Que maravilha assistir essas crianças, usufruindo deste momento ímpar, com você e o renomado jornalista Carlos Sá. Vocês são pessoas comprometidas com a transformação social, da nossa querida e mística São João da Barra. Desprovidos de toda e qualquer vaidade, vocês semeiam uma nova cidade, ensinando aos jovens um pouco de história. Infelizes são os homens que desconhece a sua própria história, não conseguem interpretar o presente, em função disto não conseguem viver plenamente a sua cidadania. Vocês estão dando uma aula de dignidade, responsabilidade e de verdadeira cidadania. Os frutos deste gesto nobre virão no longo prazo, talvez vocês não consigam nem colhê-los, mas o que vale efetivamente é a semeadura. Verdadeiros cidadãos. Parabéns!!!

Como dizia o fundador do Teatro do Oprimido, Augusto Boal: “cidadão não é aquele que vive em sociedade, mas sim aquele que a transforma”.

Você e o Carlos Sá certamente se enquadram nas sábias palavras do Mestre Boal.

                                           Abrs.

                                        José Alves.  


Retirado do Blog Economia do Norte Fluminense

quinta-feira, 12 de abril de 2012


Projeto Capacitar reune estudantes da escola pública para palestra do jornalista Carlos Sá



Uma bela palestra sobre a história de São João da Barra foi proferida pela jornalista Carlos Sá, nas instalações do projeto Capacitar em Atafona. Foi uma primeira ação do projeto de extensão da UENF denominado:
"Resgate e disseminação da história local: uma estratégia para a mudança sócio-cultural", cujo objetivo é sistematizar conteudo sobre a história local e disseminar na forma de seminários, visando auxiliar a promoção de mudança comportamental.

O jornalista Carlos Sá discorreu sobre a origem do município e a formação dos primeiros povoados, a partir da chegada de um grupo de pescadores oriundos de Cabo Frio. Acentuou a formação da estrutura portuária nos séculos XVIII e XIX, período de grande representatividade econômica do município, onde a atividade naval e a navegação de cabotagem geravam muitos empregos e riqueza, atraindo a atenção de países europeus.
Carlos Sá ainda relatou o esgotamento do ciclo de abundância em função da chegada da linha férrea, cuja capacidade de operação era muito superior ao processo operativo do porto. Diversos problemas contribuiram para o declinio, tais como: intervenção inadequada do governo na atividade, ausência de investimento público em infraestrutura, custos elevados e, fundamentalmente, a característica de acomodação muito própria do cidadão local.
Esta primeira ação cumpriu seu papel, já que deu o primeiro passo para a aproximação dos estudantes bolsistas do projeto com a história do município, além do esforço de integração com outros projetos de extensão da UENF com propósito semelhantente.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Pelo Consumo e não pelo Investimento




Pelo  Consumo e não pelo Investimento



O Brasil encontra-se numa perigosa rota de crescimento econômico, tendo em vista a opção pela qual estamos expandindo o nosso PIB. Cresce-se de uma forma avassaladora através do incentivo ao consumo, baseado na oferta de crédito e incentivos fiscais a segmentos produtivos, com grande ramificação de cadeia produtiva.

O governo abre mão da sua renda para tentar no final do exercício de 2012, comemorar um PIB acima dos 4%, todavia, dentro deste contexto se ele renuncia receita, por raciocínio lógico, também reduzirá os seus respectivos investimentos em políticas públicas. Este é um dos preços que se pagará, por não se fomentar o crescimento econômico com prioridade no investimento.

Outra fatura que deveremos pagar, diz respeito ao processo de desindustrialização, que ora ocorre por conta da valorização do real em relação ao dólar. A indústria brasileira sofre profundamente o impacto da taxa de câmbio. Investimentos em processo de queda, a demanda aquecida, a tendência se refletirá no aumento das importações, já que a nossa indústria não possui capacidade suficiente para elevar a oferta de bens e serviços.

Os produtos importados estão em todos os mercados, com o seu preço baixo e cada dia conquistando mais consumidores, por razões expostas acima. Elevar investimento interno deve ser a palavra de ordem!      


terça-feira, 10 de abril de 2012

Comentário ao Artigo Terras improdutivas no Blog economia do Norte Fluminense


Caro Professor Alcimar,

Como já discutido em outras ocasiões, sabemos que o desenvolvimento da região de São João da Barra e adjacência, será exógeno, ou seja, ocorrerá de fora para dentro, como já se verifica em alguns indicadores.

As empresas que hoje aportam em São João da Barra, são grandes grupos econômicos, algumas delas, com ações na Bolsa de valores de Nova York e grande compromisso com o mercado financeiro globalizado. Essa gente não vem para cá pensando em resolver os problemas regionais, mas sim os problemas econômicos e financeiros que envolvem os seus interesses particulares e dos seus respectivos acionistas.

É com um misto de tristeza e alegria que olhamos a aludida pesquisa, tristeza por saber que as autoridades públicas da região se renderam rápido a sanha do capitalismo selvagem e alegria por saber que as terras de São João da Barra são produtivas e sem qualquer agregado tecnológico, apresentam índices de produtividade satisfatórios.

Agora professor, esperar do poder público municipal políticas públicas que possam alavancar a agricultura do Açu, será puro utopia. O grande capital internacional faz na atual conjuntura, o Presidente da República, Governadores e Prefeitos de serviçais dos seus próprios interesses. É da índole da globalização. Infelizmente a coisa ocorre desta maneira aviltante.

Por derradeiro, quero deixar bem claro, em nossa opinião os trabalhadores do Açu, estão sendo expulsos da sua própria terra, com a conivência do poder público local, que senta na mesma mesa com o capital que hoje chega sem pedir licença na região.
                                                                           Economista

Retirado do Blog Economia do Norte Fluminenese

quarta-feira, 4 de abril de 2012


"Terras improdutivas" de São João da Barra tem o maior rendimento por hectare na região Norte Fluminense em 2010

Os indicadores do IBGE sobre agricultura municipal, referente ao ano de 2010, traz informações importantes e surpreendentes. Avaliando o rendimento por hectare da atividade agricola nos municípios da região Norte Fluminense, identificamos que São João da Barra superou todos os oito municípios da região neste ano. Conforme o gráfico, na modalidade de agricultura temporária, o município conseguiu a maior remuneração média por hectare colhido, cujo valor chegou a R$3.428,85 em 2010 e na modalidade permanente, a remuneração média chegou R$14.707,59 no ano.
Essa importante surpresa nos instigou a aprofundar a análise, onde concluimos que tal performance ocorreu em função de fatores externos, ou seja, deveu-se a valorização do preços de algumas culturas.
Na cultura temporária, destacaram-se o abacaxi e a cana-de-açúcar. A área colhida de abacaxi se manteve estagnada em 200 hectares de 2007 a 2009, caindo para 160 hectares em 2010. A produção atingiu 5.000 mil frutos em 2007, caindo para 4.600 mil frutos em 2008 e 2007, declinando ainda mais para 4.160 mil frutos em 2010. Observe que mesmo com uma queda de 20,0% na área colhida em 2010 com relação a 2009 e uma queda de 9,6% na produção, a renda aumentou 29,2% em função do aumento do preço médio em 13,0%.
A área colhida de cana-de-açúcar se manteve estagnada em 3.200 hectares de 2007 a 2009, aumentando levemente para 3.250 hectares em 2010. A produção em toneladas se manteve estagnada em 179.200 mil toneladas de 2007 a 2009, aumentando levemente para 182.000 mil toneladas em 2010. Neste caso, a área colhida cresceu 1,6%, a produção cresceu 1,6% e a renda cresceu 1,6% em 2010. A cana-de-açúcar experimentou um forte aumento de preço em 2009 com relação a 2008, onde a variação atingiu 48,2%.
Na cultura permanente, destacaram-se a goiaba e o côco-da-baia. A área colhida de goiaba se manteve estagnada em 70 hectares de 2007 a 2010. A produção em mil frutos se manteve estagnada em 2.100 mil frutos de 2007 a 2010. Observe que mesmo com a estabilização na área colhida e na produção, a renda aumentou 9,1%, em função do aumento do preço médio de 9,1%.
A área colhida de coco-da-bahia se manteve estagnada em 80 hectares de 2007 a 2009, aumentando para 90 hectares em 2010. A produção se manteve estagnada em 1.600 mil frutos de 2007 a 2009, aumentando para 2.430 mil frutos em 2010. Neste caso, a área colhida cresceu 12,5%, a produção cresceu 51,9% e a renda cresceu 89,8% em 2010. O coco-da-bahia experimentou um forte aumento de preço em 2010 em relação a 2009, onde a variação atingiu 25,0%.
Vejam que essas informações contrariam os discursos que definem as terras do município como improdutivas, justificando a sua desapropriação pelo Estado. Na verdade, o que fica claro é que não existem políticas públicas de fortalecimento para agricultura na região, o que leva São João da Barra a liderança nesta atividade, em função de fatores externos, como a valorização dos preços. Não se verificou aumento da produtividade, em função de inovação, logistica, agregação produtiva, etc. , o que nos leva a imaginar que uma boa política municipal poderia potencializar a atividade agricola local com reflexos no emprego e na renda.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Crescer 4,5%


Crescer 4,5%

Para crescer 4,5% este ano, o governo federal libera mais um pacote para fomentar 15 setores da economia brasileira. Tais setores receberão várias benesses por parte do poder público, dentre elas destaca-se à linha de crédito via BNDES e a desoneração da folha de pagamento. O BNDES terá aporte de capital do tesouro nacional da ordem de 45 bilhões, quantia nada desprezível.

Com o anúncio dessas medidas, setores que vinham reclamando da desindustrialização causada pela valorização da taxa de câmbio, terão a partir de agora, estrutura para enfrentar a competitividade com os bens e serviços de origem estrangeira.

As medidas foram anunciadas após a grande reunião que a presidente Dilma, teve com os empresários pesos pesados da economia brasileira semanas atrás. Obviamente, o governo já possuía na manga tais medidas, todavia, resolveu gerar um clima, ou melhor dizendo, gerar um fato político, para valorizar o seu cacife. Faz parte do jogo.

Mesmo assim vários empresários saíram insatisfeitos, alegando que o pacote será insuficiente para promover o crescimento econômico de 4,5%. Inclusive algumas consultorias, fizeram questão de não rever o seus cálculos a respeito do crescimento do PIB. Algumas mantiveram o crescimento em 2,5%, para 2012.
Dentro deste contexto, percebe-se que o governo evita adentrar em temas relevantes para o país, como a guisa de exemplo, a reforma tributária, que certamente produziria mais eficiência produtiva ao sistema econômica pátrio. Lamentável!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

José de Souza Martins: Cuba e o Catolicismo - Retirado do Blog Democracia Política e o novo Reformismo

"A visita de Bento XVI tem especial significado mais como gesto intencionalmente pastoral do que como gesto político. Cuba pode representar para o papa o território de uma reinvenção do catolicismo como religião popular encarnada, num momento de transição social e política em que a Igreja pode, pela primeira vez na história do país, assumir uma função decisiva na transformação identitária do povo cubano. O comunismo de Estado em Cuba está em crise por falta de renovação e de horizontes, distanciado do próprio Marx que supostamente o inspira. Ninguém ignora que um vazio se abriu em Cuba com o fim da União Soviética. Assim como o Brasil procura ocupar o espaço econômico que os americanos não ocupam, a Igreja procura ocupar o espaço religioso e moral da nova vida cotidiana que está surgindo com a incerteza do regime. Nele há amplo lugar para acolher o discurso anticapitalista do papa, que condena o capitalismo selvagem e o bloqueio a Cuba, como fez nessa viagem. Sem contar as referências explícitas e positivas que já fez à teoria da alienação de Karl Marx, ainda que com objeções ao marxismo."

José de Souza Martins, sociólogo e professor emérito da USP. É autor de ‘A Política do Brasil Lúmpen e Místico` (Contexto 2011).’Oxigenação caribenha’. Aliás/O Estado de S. Paulo, 1/4/2012.