Euforia Econômica
A economia brasileira,
paga na atual conjuntura um preço desagradável, através do processo
inflacionário que insiste em retornar, por conta e ordem de uma política
econômica do governo federal, com prioridade no crescimento econômico baseado
no consumo, em detrimento de uma arrojada política de investimento industrial e
de infraestrutura.
Em 2003 e 2004,
enquanto a conjuntura econômica mundial encontrava-se aquecida pelo crescimento
econômico extraordinário por parte da economia chinesa, que crescia naquele
momento 12% ao ano, combinado com os altos preços das commodities, no mercado
mundial, a economia brasileira apresentou bom desempenho dos seus indicadores
econômicos, inclusive, a nossa balança comercial apresentava superávit,
alavancado obviamente pelos produtos primários que vendíamos ao mundo.
Era exatamente, neste
momento em que o Brasil vivia o seu eldorado econômico, que o governo da época,
que por coincidência era o do ex-presidente Lula, deveria agregar forças
políticas suficientes, para tentar aprovar no Congresso Nacional, as
necessárias reformas estruturais que ofereceriam ao país competitividade, e
consistência no sistema econômico pátrio, como a guisa de exemplo, a reforma
tributária e a reforma da previdência, que constitui uma bomba relógio de
efeito retardado, tendo em vista que o processo de envelhecimento da sociedade,
tem se elevado e as contas da previdência apresenta crescente déficit fiscal.
Infelizmente a decisão
oriunda das hostes do governo do PT, foi o de patrocinar a fantasia consumista
que assistimos até pouco tempo, através das excessivas reduções do IPI, para
carros e os produtos que compõe a linha branca, aliado a queda das taxas de
juros, só que este modelo se esgotou, e o governo da presidente Dilma, resolve
retomar a contragosto a política monetária contracionista, elevando pela
terceira vez no ano, a taxa básica de juros da economia, para combater a
inflação que corrói numa relação direta a renda do trabalhador, que constitui no
seu maior patrimônio eleitoral.
As taxa juros não
precisariam aumentar, se o governo respeitasse a melhor lógica econômica, de
crescer através do investimento na produção de bens e serviços internos, pois a
oferta destes bens e serviços recomporiam os estoques dos comerciantes, que ora
sofriam pressão por parte dos consumidores para vender os seus produtos. Como no
caso em tela a atividade industrial, não possuía fôlego suficiente para atender
a crescente demanda do comércio, por falta de investimento, a tendência foi à
elevação das importações destes bens e serviços do exterior, viabilizado pela
taxa de câmbio favorável em torno de dois reais por dólar, que via de regra
possuía também um viés de combate à inflação, pelo o aumento da competição dos
produtos estrangeiros com os brasileiros, sem que o Banco Central calibrasse a
sua política monetária, através da elevação das taxas de juros.
Agora a situação se
inverteu, a taxa de câmbio se elevou, as importações de produtos estrangeiros
encareceram, em decorrência deste processo reduziu-se a competitividade interna
e a inflação volta a incomodar e a prejudicar a população, sobretudo, os
assalariados. Tudo por conta da euforia econômica patrocinada pelos marketeiros
de plantão dos governos do PT, que sempre disseram aqui dentro e no exterior de
forma equivocada, que o Brasil agora, era a bola da vez. Neste canto da sereia,
até o megaempresário Eike Batista “quebrou”.
José Alves
de Azevedo Neto
economista