sexta-feira, 12 de julho de 2013

Euforia Econômica




Euforia Econômica

A economia brasileira, paga na atual conjuntura um preço desagradável, através do processo inflacionário que insiste em retornar, por conta e ordem de uma política econômica do governo federal, com prioridade no crescimento econômico baseado no consumo, em detrimento de uma arrojada política de investimento industrial e de infraestrutura.

Em 2003 e 2004, enquanto a conjuntura econômica mundial encontrava-se aquecida pelo crescimento econômico extraordinário por parte da economia chinesa, que crescia naquele momento 12% ao ano, combinado com os altos preços das commodities, no mercado mundial, a economia brasileira apresentou bom desempenho dos seus indicadores econômicos, inclusive, a nossa balança comercial apresentava superávit, alavancado obviamente pelos produtos primários que vendíamos ao mundo.

Era exatamente, neste momento em que o Brasil vivia o seu eldorado econômico, que o governo da época, que por coincidência era o do ex-presidente Lula, deveria agregar forças políticas suficientes, para tentar aprovar no Congresso Nacional, as necessárias reformas estruturais que ofereceriam ao país competitividade, e consistência no sistema econômico pátrio, como a guisa de exemplo, a reforma tributária e a reforma da previdência, que constitui uma bomba relógio de efeito retardado, tendo em vista que o processo de envelhecimento da sociedade, tem se elevado e as contas da previdência apresenta crescente déficit fiscal.

Infelizmente a decisão oriunda das hostes do governo do PT, foi o de patrocinar a fantasia consumista que assistimos até pouco tempo, através das excessivas reduções do IPI, para carros e os produtos que compõe a linha branca, aliado a queda das taxas de juros, só que este modelo se esgotou, e o governo da presidente Dilma, resolve retomar a contragosto a política monetária contracionista, elevando pela terceira vez no ano, a taxa básica de juros da economia, para combater a inflação que corrói numa relação direta a renda do trabalhador, que constitui no seu maior patrimônio eleitoral.

As taxa juros não precisariam aumentar, se o governo respeitasse a melhor lógica econômica, de crescer através do investimento na produção de bens e serviços internos, pois a oferta destes bens e serviços recomporiam os estoques dos comerciantes, que ora sofriam pressão por parte dos consumidores para vender os seus produtos. Como no caso em tela a atividade industrial, não possuía fôlego suficiente para atender a crescente demanda do comércio, por falta de investimento, a tendência foi à elevação das importações destes bens e serviços do exterior, viabilizado pela taxa de câmbio favorável em torno de dois reais por dólar, que via de regra possuía também um viés de combate à inflação, pelo o aumento da competição dos produtos estrangeiros com os brasileiros, sem que o Banco Central calibrasse a sua política monetária, através da elevação das taxas de juros.  

Agora a situação se inverteu, a taxa de câmbio se elevou, as importações de produtos estrangeiros encareceram, em decorrência deste processo reduziu-se a competitividade interna e a inflação volta a incomodar e a prejudicar a população, sobretudo, os assalariados. Tudo por conta da euforia econômica patrocinada pelos marketeiros de plantão dos governos do PT, que sempre disseram aqui dentro e no exterior de forma equivocada, que o Brasil agora, era a bola da vez. Neste canto da sereia, até o megaempresário Eike Batista “quebrou”. 

 

José Alves de Azevedo Neto

economista

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