sexta-feira, 19 de julho de 2013

Tudo sob Controle




Tudo sob Controle

No dia dezessete de julho de 2013, a ilustre presidente da República, reúne os seus ministros para pronunciamento à nação e numa postura bem otimista, anunciar que está tudo sob controle no Brasil, e a inflação que insiste em retornar, terminará o ano de 2013 dentro da meta prevista pelo governo, que é a de 4,5% ao ano, podendo variar 2% para cima ou 2% para baixo, até aí nada de novo, tendo em vista que a inflação hoje encontra-se em 6,7%, considerando os últimos doze meses, para trazê-la para dentro da meta, que no caso seria de 6,5%, não haverá tanto esforço.

Infelizmente, a conjuntura econômica do Brasil atual, não parece possuir o nível de simplicidade propalado pela nobre presidente, pois ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), retrata inúmeras dificuldades econômicas, como por exemplo, baixo crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), a possibilidade real de elevação da taxa de juros básica da economia na próxima reunião do Copom, já em agosto, conjugado a necessidade urgente do governo, fazer um ajuste fiscal sério e não fantasioso como assistimos atualmente.

Dentro da própria ata, verifica-se a identificação de pontos relevantes que já eram cogitados pelo mercado, como por exemplo, a baixa confiança do empresariado em relação ao cenário para investimentos e comprometimento dos respectivos orçamentos das famílias, com o endividamento, tudo decorrente da indução do crescimento econômico do país, através do incentivo ao consumo pelo governo, com generosas reduções do IPI, para aquisição de carros e produtos oriundos da linha branca.

As aludidas variáveis econômicas citadas na ata do Copom eram de conhecimento do governo, obviamente, só que não eram levadas a sério, até junho, quando eclodiram as manifestações populares pelo Brasil afora, colocando contra parede a classe política e o governo Dilma, que sofreu veemente impacto negativo, sobre os seus índices de popularidade, fato que talvez tenha acordado o governo, que se encontrava acomodado e colhendo os louros, da sua alta popularidade, calçado no incentivo irresponsável ao consumismo, que elevou as famílias brasileiras ao paraíso e partir de agora ao inferno. Por conta disto, tem muita gente hoje pendurada no Serasa, com restrição ao crédito, pagando altas taxas de juros, as financeiras que proliferaram pelo Brasil, como “farmacinhas” em cada esquina, com oferta de crédito aliada às altas taxas de juros, fisgando aposentados e consumidores incautos. Para piorar ainda mais a situação econômica e financeira do brasileiro, o mercado já anuncia, uma taxa Selic até dezembro deste ano, em torno de 9,75% ao ano.

Dentro deste quadro acima, é oportuno e tempestivo perguntar a nossa presidente: este é o país que está sob controle?

 

José Alves de Azevedo Neto

Economista

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