sexta-feira, 18 de julho de 2014

Imposto Invisível

 

Imposto Invisível

O Banco Central do Brasil, na semana passada através do COPOM (Comitê de Política Monetária), resolveu manter inalterada a atual taxa de juros básica da economia, conhecida como taxa Selic, em 11% ao ano, responsável por balizar as demais taxas de juros cobradas pelo mercado financeiro, como a guisa de exemplo, as taxas de juros do cheque especial, do cartão de crédito e dos empréstimos de uma forma em geral.
 
Tal decisão reside-se no paradoxo enfrentado hoje pelo governo federal, quando através do arrocho monetário implementado na economia brasileira, não conseguem de forma nenhuma, debelar a inflação do país, que ronda o limite superior da meta inflacionário que é de 6,5% ao ano, embora os reflexos da tal política restritiva por parte do Banco Central já atingem diretamente, os setores com grande potencial de geração de emprego, como a indústria automobilística, preocupação maior da equipe econômica do professor Mantega, devido à agenda eleitoral, que toma conta do país, impedindo-o de utilizar remédios amargos, contra a crescente espiral inflacionária. Relevante salientar que a aludida indústria, mexe com uma cadeia de produção imensa, e quando ela se desacelera, o custo social é significativo e irreparável.
 
Dentro deste diapasão, a inflação não consegue ser derrubada simplesmente, porque o governo federal recusa-se em reduzir os gastos públicos ou o seu déficit nominal, por causa evidentemente do processo eleitoral. Por conta desta resistência e viés populista das diretrizes de política econômica, os trabalhadores brasileiros que recebem mensalmente, os seus respectivos salários, pagam por mais um imposto de forma imperceptível, denominado de imposto inflacionário, que se constitui numa espécie de imposto invisível ou silencioso sobre as suas rendas, corroendo o seu poder aquisitivo, o que é lamentável.
 
A conjuntura econômica vigente incomoda, sobremaneira, os membros do governo federal, que assistem passivamente por conveniências óbvias, a sua base eleitoral, composta na sua maioria de trabalhadores, serem afetados cruelmente pelas elevações dos preços, ao recorrerem ao mercado, com o objetivo de adquirirem bens e serviços, o que não conseguem como antes.
  
Todos já sabem, e não podem afirmar de que poderão comprar em outubro, o produto errado ou votou errado, nos candidatos a presidente apresentados no cenário eleitoral contemporâneo, pois quaisquer que sejam o eleito para governarem o nosso Brasil varonil, a partir de primeiro de janeiro, terão que fazer vários realinhamentos de preços, começando pelos combustíveis, as tarifa de luz, os preços das passagens de ônibus e afins. Já que todos estes preços encontram-se reprimidos, devido ao populismo econômico praticado pela equipe econômica, como citado acima.
  
O Brasil, infelizmente hoje, sofre um retrocesso econômico histórico, no que se diz respeito à política econômica, a inflação problema debelado no passado, não deveria fazer parte da agenda econômica do país. Éramos para está discutindo educação de qualidade, ciência e tecnologia na agenda política desenvolvimentista nacional, todavia, por incapacidade dos homens públicos, que comandam o Brasil, verifica-se, que ao invés de avançarmos olhando, só para frente, avançamos com o olho no retrovisor. Assim não dá para continuar. Mudança já! 

 

José Alves de Azevedo Neto

Economista

 

 

 

 


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