Imposto
Invisível
O
Banco Central do Brasil, na semana passada através do COPOM (Comitê de Política
Monetária), resolveu manter inalterada a atual taxa de juros básica da
economia, conhecida como taxa Selic, em 11% ao ano, responsável por balizar as
demais taxas de juros cobradas pelo mercado financeiro, como a guisa de
exemplo, as taxas de juros do cheque especial, do cartão de crédito e dos
empréstimos de uma forma em geral.
Tal
decisão reside-se no paradoxo enfrentado hoje pelo governo federal, quando através
do arrocho monetário implementado na economia brasileira, não conseguem de
forma nenhuma, debelar a inflação do país, que ronda o limite superior da meta
inflacionário que é de 6,5% ao ano, embora os reflexos da tal política restritiva
por parte do Banco Central já atingem diretamente, os setores com grande
potencial de geração de emprego, como a indústria automobilística, preocupação
maior da equipe econômica do professor Mantega, devido à agenda eleitoral, que
toma conta do país, impedindo-o de utilizar remédios amargos, contra a
crescente espiral inflacionária. Relevante salientar que a aludida indústria,
mexe com uma cadeia de produção imensa, e quando ela se desacelera, o custo
social é significativo e irreparável.
Dentro
deste diapasão, a inflação não consegue ser derrubada simplesmente, porque o
governo federal recusa-se em reduzir os gastos públicos ou o seu déficit
nominal, por causa evidentemente do processo eleitoral. Por conta desta
resistência e viés populista das diretrizes de política econômica, os
trabalhadores brasileiros que recebem mensalmente, os seus respectivos
salários, pagam por mais um imposto de forma imperceptível, denominado de
imposto inflacionário, que se constitui numa espécie de imposto invisível ou
silencioso sobre as suas rendas, corroendo o seu poder aquisitivo, o que é
lamentável.
A
conjuntura econômica vigente incomoda, sobremaneira, os membros do governo
federal, que assistem passivamente por conveniências óbvias, a sua base eleitoral,
composta na sua maioria de trabalhadores, serem afetados cruelmente pelas
elevações dos preços, ao recorrerem ao mercado, com o objetivo de adquirirem
bens e serviços, o que não conseguem como antes.
Todos
já sabem, e não podem afirmar de que poderão comprar em outubro, o produto
errado ou votou errado, nos candidatos a presidente apresentados no cenário
eleitoral contemporâneo, pois quaisquer que sejam o eleito para governarem o
nosso Brasil varonil, a partir de primeiro de janeiro, terão que fazer vários
realinhamentos de preços, começando pelos combustíveis, as tarifa de luz, os
preços das passagens de ônibus e afins. Já que todos estes preços encontram-se
reprimidos, devido ao populismo econômico praticado pela equipe econômica, como
citado acima.
O
Brasil, infelizmente hoje, sofre um retrocesso econômico histórico, no que se
diz respeito à política econômica, a inflação problema debelado no passado, não
deveria fazer parte da agenda econômica do país. Éramos para está discutindo
educação de qualidade, ciência e tecnologia na agenda política
desenvolvimentista nacional, todavia, por incapacidade dos homens públicos, que
comandam o Brasil, verifica-se, que ao invés de avançarmos olhando, só para
frente, avançamos com o olho no retrovisor. Assim não dá para continuar.
Mudança já!
José Alves de Azevedo Neto
Economista
Nenhum comentário:
Postar um comentário