quarta-feira, 16 de julho de 2014

Sonho Adiado


Sonho Adiado

O sonho do hexa, infelizmente, terminou para todos os brasileiros que acreditaram na seleção brasileira, de grandes talentos individuais, mas, diga-se de passagem, não se conseguiu montar um time, uma equipe que pudesse de forma coletiva jogar o nosso verdadeiro futebol, além de romper barreiras, que se estabeleceram ao longo da Copa do Mundo de 2014, sobretudo, a barreira emocional, verificada pela falta de concentração dos jogadores, que estavam expostos demais à mídia e ao comércio que virou o apaixonante futebol. Deixando-os na condição de Superstar e não de desportistas, comprometido com o seu objetivo, que era o de conquistar a Copa do Mundo.

Deve-se tirar deste triste episódio uma lição, tendo em vista que em tudo na vida existe o seu lado bom e o ruim. O lado bom desta goleada histórica de sete a um, imposta pelo time da Alemanha na última terça-feira, destaca-se, o imenso legado deixado pela aludida competição internacional, que foi exatamente que nem o futebol aceita mais a malandragem que ainda existe no Brasil, por parte de alguns dos dirigentes que insistem em tirar proveito próprio, do tão amado esporte que é o futebol. E que famosa lei do Gerson, instituída no país pelos oportunistas de plantão, foi sepultada por uma seleção, que demonstrou além da sua competência na vitória que obteve sobre a nossa seleção, respeito e disciplina ao  comemorar o massacre do Estádio do Mineirão.

Diante da deplorável derrota, tudo de ruim parece-me voltar à tona, como por exemplo, a prisão do suposto chefe da máfia dos ingressos o executivo inglês, preso no maior símbolo do turismo internacional na cidade do Rio de Janeiro o Copacabana Palace, à noite, e doze horas depois da polícia cumprir mandado de prisão, os seus advogados muito bem pagos, conseguem o Habeas Corpus, no Tribunal de Justiça carioca, no plantão da madrugada, numa demonstração clara de eficiência e eficácia, da justiça do nosso Estado, quando trata-se de preso de alto poder aquisitivo, pois o senhor Raymond Whelan, deveria ficar preso, por cinco dias, caso tal tempo fosse insuficiente, a sua prisão deveria ser prorrogada por mais cinco dias.

Simplesmente, talvez o Desembargador de plantão naquela madrugada, quisesse prestar os seus relevantes serviços, ao povo inglês, numa clara demonstração de provar que a justiça no Brasil, realmente funciona, soltando o ilustre inglês, com fortes e estreitadas ligações com a FIFA, leia-se, o senhor Joseph Blatter. Se fosse um cidadão comum os seus advogados conseguiriam, um Habeas Corpus, com a tamanha rapidez? Na minha particular opinião, acho que não.

Enquanto a Policia Federal e a Polícia Civil, cumpriram perfeitamente o seu papel, o judiciário do Estado do Rio de Janeiro, deixou a desejar e o inglês, já é considerado foragido pela polícia.

O que dizer aos cidadãos comuns, que entraram na fila online do site da FIFA, com a finalidade precípua, de ter o direito de comprar o ingresso, caso fossem sorteados, perante tal escândalo, da suposta máfia dos cambistas, que atuam no mundo afora?

Realmente, a tragédia do Mineirão servirá assim eu espero, para que as nossas elites políticas, econômicas e financeiras, repensem as suas respectivas formas de operarem no mundo real, pois a sociedade tem mandado vários recados, para essas pessoas via rede social, que um novo momento está por vir e não está longe.

A geração das consideradas novas mídias com certeza, já demonstram a sua exaustão com o atual, modelo esgarçado e ultrapassado desta nossa sociedade consumista e do descarte, que impera através do nosso tão peculiar comportamento, reprovável obviamente, de sempre querer levar vantagem em tudo. A derrota do Mineirão acho que foi pedagógica para todos nós.

          

José Alves de Azevedo Neto

Economista

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