Sonho
Adiado
O
sonho do hexa, infelizmente, terminou para todos os brasileiros que acreditaram
na seleção brasileira, de grandes talentos individuais, mas, diga-se de
passagem, não se conseguiu montar um time, uma equipe que pudesse de forma
coletiva jogar o nosso verdadeiro futebol, além de romper barreiras, que se
estabeleceram ao longo da Copa do Mundo de 2014, sobretudo, a barreira
emocional, verificada pela falta de concentração dos jogadores, que estavam
expostos demais à mídia e ao comércio que virou o apaixonante futebol.
Deixando-os na condição de Superstar e não de desportistas, comprometido com o
seu objetivo, que era o de conquistar a Copa do Mundo.
Deve-se
tirar deste triste episódio uma lição, tendo em vista que em tudo na vida
existe o seu lado bom e o ruim. O lado bom desta goleada histórica de sete a
um, imposta pelo time da Alemanha na última terça-feira, destaca-se, o imenso
legado deixado pela aludida competição internacional, que foi exatamente que
nem o futebol aceita mais a malandragem que ainda existe no Brasil, por parte
de alguns dos dirigentes que insistem em tirar proveito próprio, do tão amado
esporte que é o futebol. E que famosa lei do Gerson, instituída no país pelos
oportunistas de plantão, foi sepultada por uma seleção, que demonstrou além da
sua competência na vitória que obteve sobre a nossa seleção, respeito e
disciplina ao comemorar o massacre do Estádio
do Mineirão.
Diante
da deplorável derrota, tudo de ruim parece-me voltar à tona, como por exemplo,
a prisão do suposto chefe da máfia dos ingressos o executivo inglês, preso no
maior símbolo do turismo internacional na cidade do Rio de Janeiro o Copacabana
Palace, à noite, e doze horas depois da polícia cumprir mandado de prisão, os
seus advogados muito bem pagos, conseguem o Habeas Corpus, no Tribunal de
Justiça carioca, no plantão da madrugada, numa demonstração clara de eficiência
e eficácia, da justiça do nosso Estado, quando trata-se de preso de alto poder
aquisitivo, pois o senhor Raymond Whelan, deveria ficar preso, por cinco dias,
caso tal tempo fosse insuficiente, a sua prisão deveria ser prorrogada por mais
cinco dias.
Simplesmente,
talvez o Desembargador de plantão naquela madrugada, quisesse prestar os seus
relevantes serviços, ao povo inglês, numa clara demonstração de provar que a
justiça no Brasil, realmente funciona, soltando o ilustre inglês, com fortes e
estreitadas ligações com a FIFA, leia-se, o senhor Joseph Blatter. Se fosse um
cidadão comum os seus advogados conseguiriam, um Habeas Corpus, com a tamanha
rapidez? Na minha particular opinião, acho que não.
Enquanto
a Policia Federal e a Polícia Civil, cumpriram perfeitamente o seu papel, o
judiciário do Estado do Rio de Janeiro, deixou a desejar e o inglês, já é considerado
foragido pela polícia.
O
que dizer aos cidadãos comuns, que entraram na fila online do site da FIFA, com
a finalidade precípua, de ter o direito de comprar o ingresso, caso fossem
sorteados, perante tal escândalo, da suposta máfia dos cambistas, que atuam no
mundo afora?
Realmente,
a tragédia do Mineirão servirá assim eu espero, para que as nossas elites
políticas, econômicas e financeiras, repensem as suas respectivas formas de
operarem no mundo real, pois a sociedade tem mandado vários recados, para essas
pessoas via rede social, que um novo momento está por vir e não está longe.
A
geração das consideradas novas mídias com certeza, já demonstram a sua exaustão
com o atual, modelo esgarçado e ultrapassado desta nossa sociedade consumista e
do descarte, que impera através do nosso tão peculiar comportamento, reprovável
obviamente, de sempre querer levar vantagem em tudo. A derrota do Mineirão acho
que foi pedagógica para todos nós.
José Alves de Azevedo Neto
Economista
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