quarta-feira, 16 de julho de 2014

Planos de Saúde


Planos de Saúde

Parece-me que janeiro de 2015, iniciou antes da hora, porque todos já sabem que o ano que se avizinha, terá uma sucessiva relação de aumentos de vários serviços prestados pelo poder público, como por exemplo, elevação das tarifas das passagens dos transportes públicos, seja dos ônibus, dos metrôs, dos taxis e afins, além dos preços dos combustíveis, que se encontram reprimidos há dois anos, vencendo o candidato a presidente de qualquer dos partidos apresentados, para infelicidade dos trabalhadores.

A razão pela qual, afirmo que 2015 começou, reside exatamente na indignação de assistir na sexta-feira passada a Agência Nacional de Saúde (ANS), deliberar sobre o aumento dos Planos de Saúde, que terão reajustes de 9,65%, valor que pelo décimo primeiro ano ocorre, sempre com percentuais acima da inflação e este ano não foi diferente. Tal aumento atingirá cerca de 8,8 milhões de pessoas físicas.  

O mais lamentável desta majoração acintosa dos preços, encontra-se na péssima prestação de serviços ofertadas pelas empresas dos Planos, que alegam através dos seus respectivos discursos sofistas, se eles hoje não prestam serviços de qualidades, tal problema ocorre devido ao aumento da demanda pelos seus serviços, por conta da nova classe média que surgiu no país e os planos estão num processo de adequação entre oferta e demanda dos serviços, que de certa forma não convence ninguém, até porque quem compra o potencial serviço destas empresas, com viés capitalista, não tem nada com isso.

Se as aludidas empresas não detém condição de vender o produto, em decorrência da sua restrita capacidade de ofertá-lo, a postura sensata deveria a de não vender mais os serviços, até possuírem condição de atendimento plausível ao consumidor que tanto precisa.

Dentro desta perspectiva aviltante, assiste-se a ANS, fingir que fiscaliza os Planos de Saúde, em algumas situações raríssimas, diga-se de passagem, suspendem algumas empresas em que os serviços prestados a população é tão ruim, que já recebeu a pecha de ter se transformado em um SUS da iniciativa privada. Inclusive temos várias destas empresas atuando no generoso mercado que virou a saúde, tanto na cidade de Campos dos Goytacazes, como no Brasil.

Importante salientar e não deixar de esclarecer à população, que as empresas de Planos de Saúde, possuem fortes representantes no Congresso Nacional, aliados e comprometidos aos grandes laboratórios de remédios, a famosa bancada da indústria farmacêutica, que através deles, possuem ingerência na ANS, por conseguinte, auferem lucros sobre a desgraça daqueles que necessitam tanto dos serviços médicos e são humilhados nas imensas filas de atendimento, como se verifica nesta atual conjuntura da saúde privada brasileira.

Dentro deste contexto triste, quero citar o grande poeta contemporâneo, Cazuza, que dizia sem medo de errar: 

“Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não para
Não para, não, não para...

O pior de tudo isto, é que a conta quem pagará mais uma vez, será a sociedade para alimentar a fome daqueles que ocupam o poder, a custa da desgraça do trabalhador que não teve no seu salário aumento de 10%.

 O bom deste melancólico e triste episódio, de elevação dos preços dos serviços dos Planos de Saúde, é que eles, pudessem melhorar também em 9,65%, a qualidades dos seus serviços. Os usuários agradeceriam! Fica a sugestão.

 

José Alves de Azevedo Neto

Economista

 

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