Planos
de Saúde
Parece-me
que janeiro de 2015, iniciou antes da hora, porque todos já sabem que o ano que
se avizinha, terá uma sucessiva relação de aumentos de vários serviços
prestados pelo poder público, como por exemplo, elevação das tarifas das
passagens dos transportes públicos, seja dos ônibus, dos metrôs, dos taxis e
afins, além dos preços dos combustíveis, que se encontram reprimidos há dois
anos, vencendo o candidato a presidente de qualquer dos partidos apresentados,
para infelicidade dos trabalhadores.
A
razão pela qual, afirmo que 2015 começou, reside exatamente na indignação de
assistir na sexta-feira passada a Agência Nacional de Saúde (ANS), deliberar
sobre o aumento dos Planos de Saúde, que terão reajustes de 9,65%, valor que
pelo décimo primeiro ano ocorre, sempre com percentuais acima da inflação e
este ano não foi diferente. Tal aumento atingirá cerca de 8,8 milhões de
pessoas físicas.
O
mais lamentável desta majoração acintosa dos preços, encontra-se na péssima
prestação de serviços ofertadas pelas empresas dos Planos, que alegam através dos
seus respectivos discursos sofistas, se eles hoje não prestam serviços de
qualidades, tal problema ocorre devido ao aumento da demanda pelos seus
serviços, por conta da nova classe média que surgiu no país e os planos estão
num processo de adequação entre oferta e demanda dos serviços, que de certa
forma não convence ninguém, até porque quem compra o potencial serviço destas
empresas, com viés capitalista, não tem nada com isso.
Se
as aludidas empresas não detém condição de vender o produto, em decorrência da
sua restrita capacidade de ofertá-lo, a postura sensata deveria a de não vender
mais os serviços, até possuírem condição de atendimento plausível ao consumidor
que tanto precisa.
Dentro
desta perspectiva aviltante, assiste-se a ANS, fingir que fiscaliza os Planos
de Saúde, em algumas situações raríssimas, diga-se de passagem, suspendem
algumas empresas em que os serviços prestados a população é tão ruim, que já
recebeu a pecha de ter se transformado em um SUS da iniciativa privada. Inclusive
temos várias destas empresas atuando no generoso mercado que virou a saúde,
tanto na cidade de Campos dos Goytacazes, como no Brasil.
Importante
salientar e não deixar de esclarecer à população, que as empresas de Planos de
Saúde, possuem fortes representantes no Congresso Nacional, aliados e
comprometidos aos grandes laboratórios de remédios, a famosa bancada da
indústria farmacêutica, que através deles, possuem ingerência na ANS, por
conseguinte, auferem lucros sobre a desgraça daqueles que necessitam tanto dos
serviços médicos e são humilhados nas imensas filas de atendimento, como se
verifica nesta atual conjuntura da saúde privada brasileira.
Dentro
deste contexto triste, quero citar o grande poeta contemporâneo, Cazuza, que dizia
sem medo de errar:
“Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não para
Não para, não, não para...
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não para
Não para, não, não para...
O pior de tudo isto, é que a conta quem pagará mais uma vez, será a
sociedade para alimentar a fome daqueles que ocupam o poder, a custa da
desgraça do trabalhador que não teve no seu salário aumento de 10%.
O bom deste melancólico e triste
episódio, de elevação dos preços dos serviços dos Planos de Saúde, é que eles, pudessem
melhorar também em 9,65%, a qualidades dos seus serviços. Os usuários
agradeceriam! Fica a sugestão.
José Alves de Azevedo Neto
Economista
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