quarta-feira, 16 de julho de 2014

Pibinho


Pibinho

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), para tristeza da presidente Dilma, divulgou o PIB do terceiro trimestre do ano de 2012, com o percentual de crescimento de apenas 0,6%, com significativo impacto negativo sobre a curva de investimento, que apresentou uma queda de 2%.

Segundo análise do mercado em geral, as causas do aludido tropeço, encontram-se na retração da demanda externa por bens e serviços, com raízes na crise econômica mundial desencadeada, no continente europeu e na economia americana.

A despeito das taxas de juros estarem em patamares abaixo da média histórica, por conta da opção da equipe econômica praticar uma política monetária expansionista, visando induzir os agentes econômicos, a priorizarem os seus investimentos, tudo fazia crer que bastaria alimentar a fantasia da redução dos juros e depreciar o câmbio, que os reflexos da política macroeconômica, produziriam consequências benéficas sobre a demanda agregada por bens e serviços, fazendo com que a economia reagisse de imediato, provocando assim, um aumento no crescimento econômico, fato que ainda não ocorreu, conforme constatado, na aferição do PIB do terceiro trimestre.

Destaca-se, também, dentro do escopo de análise, outro segmento que acumula perdas em decorrência da redução das taxas de juros, o de serviços, que obteve taxa de crescimento zero, puxado pelo baixo faturamento do setor bancário. 

Diante do quadro desfavorável acima, as previsões do mercado para este ano não são das melhores, calcula-se, todavia, uma expansão econômica pífia, em torno de 1% para 2012.

O presente resultado deixa claro para todos, que a primeira metade do governo Dilma será um “biênio perdido”, com taxa média de crescimento de 2% anuais, próxima à das décadas de 80 e 90. Conjuntura que obriga o Palácio do Planalto, a acender a luz amarela, devido ao início das discussões políticas para se fazer uma reforma ministerial, com foco nas eleições presidenciais de 2014, e não fortalecer a oposição, que comemora efusivamente o momento atual.

Acrescenta-se ainda ao contexto de crescimento da taxa de 0,6% de crescimento do PIB, outro ingrediente para fomentar o processo de ebulição das críticas contra o governo federal, o PIB dos países em crise econômica, como a guisa de exemplo, o dos Estados Unidos que ficou em 0,5%, e o da Alemanha em 0,2%, numa demonstração de que o PIB brasileiro do terceiro trimestre ficou mais próximo do desempenho dos países ricos em crise do que os dos seus pares emergentes, como a Venezuela com 3,6%, a China com 2,2% e o Chile com 1,4%.

 Preocupada, a presidente Dilma, se viu na obrigação de pedir explicações à equipe econômicas, para fazer uma reavaliação séria da política econômica atual, e o que mais preocupa a presidente é a timidez do investimento. Será que ocorreu a tão propalada marola?

 

José Alves de Azevedo Neto

Economista

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