sexta-feira, 8 de março de 2013

Papelão


Papelão

O dia seis de março de 2013 será o dia que jamais sairá da mente dos campistas, quando assistiram através da televisão da Câmara Federal em Brasília, um triste espetáculo, patrocinado por uma elite reacionária de deputados e senadores, capitaneada pelo senador alagoano Renan Calheiros, símbolo do que se tem de pior na política brasileira, quando naquela sessão presidida pelo decadente parlamentar, foi votado o veto da ilustre presidente Dilma, cujo teor proibia a redivisão dos royalties pela exploração do petróleo, no que tange aos contratos já firmados.

Na indigitada sessão, os parlamentares que subiram a tribuna para discursar, dentro de um pequeno tempo pré-estabelecido, pelo imperador Renan, demonstraram uma total falta de informação sobre o que estava sendo discutido, salvo obviamente, as raríssimas exceções, que lá estiveram.

O que se percebeu, todavia, foi que os parlamentares queriam efetivamente avançar nos recursos financeiros dos estados e municípios produtores, facultado pela lei maior do país, à Constituição federal, como uma legítima compensação financeira, que são transformadas em política públicas pelos prefeitos e governadores dos aludidos entes federativos, pelos danos ao meio ambiente, à sociedade, causados pela exploração da atividade de petróleo, que como todos sabem, se constitui como uma das atividades mais poluidoras do mundo.

O que mais entristece a população dos estados produtores e causa curiosidade, a todos nós, é que um veto da presidente da República é derrubado, sem se quer, uma liderança do governo se levantar para defendê-lo, o que não é comum nas democracias. O que ocorreu? Será que a nobre presidente da República, lançada para conquistar o seu segundo mandato pelo ex-presidente Lula, na solenidade em que seu partido completou dez anos de poder, resolveu fazer como  o governador romano Pôncios Pilatos, lavar as mãos, e deixar a turba insana dos congressistas decidirem sobre uma relevante matéria, sem nenhuma orientação do Palácio do Planalto?

 Acho que a nossa presidente Dilma deve muitas explicações ao país, caso contrário, poderemos entender que ela por estar em campanha declarada ao Planalto não quis se envolver como todos os políticos oportunistas do Brasil fazem, o que é pior, igualou-se a todos eles. 

Agora, alegar que a compensação financeira concedida pela constituição aos estados e municípios produtores de petróleo, deve ser redividida por causa da má aplicação dos recursos, como se comenta em Brasília, não passa de uma grande piada de salão, pois dinheiro público no Brasil sempre foi alvo de “farrinha” de políticos perdulários e irresponsáveis.

Só para citar alguns exemplos da turma perdulária de Brasília, destaco nesta oportunidade algumas obras do governo do PT, que se encontram paradas ou inacabadas, para tristeza de todos os contribuintes, que pagam altos impostos neste país, como a transposição do rio São Francisco no nordeste, sonho antigo do povo nordestino, que deseja receber água para mitigar o problema da seca, iniciada no governo Lula, encontra-se parada, e o governo atual está negociando com a empreiteira, o realinhamento de preço, que não ficará barata para o país.

 Outra obra diz respeito à refinaria binacional em Pernambuco, com capital brasileiro e venezuelano, encontra-se muito atrasada, além do mais, a Venezuela ainda não entrou com um centavo de reais. Absurdo!

 A outra obra é a refinaria de petróleo, que está sendo construída em Itaboraí, cujo cronograma-físico-financeiro está atrasado, o que é pior, os equipamentos que servirão para atender o complexo, encontram-se no porto do Rio de Janeiro, enferrujando no tempo, pois a atual estrada da BR 101, não permiti o transporte dos equipamentos até ao local da obra, devido ao tamanho das peças.

Falar de desperdício público, atirando pedra no telhado alheio é muito fácil, agora retirar renda legítima de entes federativos sem critérios e ferindo a legislação é muito fácil e cômodo.   Lamentável!

 

José Alves de Azevedo Neto

Economista

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