Contradição
Monetária
Ocorrem
situações peculiares na economia brasileira que contrariam a própria teoria
econômica, como por exemplo, a política monetária restritiva praticada
atualmente pelo Banco Central (majoração das taxas de juros), cuja finalidade
possui duas vertentes: a primeira constitui no combate a inflação através do
desaquecimento da demanda agregada, com o encarecimento do crédito no país, e a
segunda atrair reservas internacionais, com a formação de um colchão monetário,
elevando o nível de reserva monetária do país em dólar, sem a possibilidade da
desvalorização da moeda doméstica, inviabilizar o combate inflacionário, pois
se a moeda interna desvaloriza, as importações ficam mais caras, por conta da
alta dos preços dos produtos importados e como consequência direta, impede a
entrada de bens e serviços estrangeiros no Brasil, com impacto negativo sobre a
curva de competitividade dos produtos.
Tal
situação ocorre na atual conjuntura, devido à falta de responsabilidade do
governo federal na sua política fiscal de equilíbrio das contas públicas, cujos
gastos e renúncias fiscais, aumentaram significativamente, através do fomento
do crescimento econômico através do consumo fácil e demagógico, obrigando agora
o governo a se financiar através da emissão de título públicos, com altas taxas
de juros, devido a sua falta de credibilidade no mercado financeiro interno e
global, em decorrência deste processo, a taxa de juros básica da economia (taxa
Selic), chegará até dezembro de 2013 a 9,5%, como prova cabal, do reflexo do
descontrole dos gastos públicos no Brasil.
Em
razão desta conjuntura desfavorável provocada pela própria equipe econômica do
ministro Mantega, o Banco Central terá que vender até dezembro de 2013, 60 bilhões
de dólares das reservas cambias brasileira, para tentar enfrentar a
volatilidade da moeda americana gerada pelos equívocos da política fiscal,
praticado pelo governo federal, aliado também aos reflexos da política
monetária americana, cuja curva neste momento se inverteu, antes o Banco
Central americano irrigava o sistema econômico americano, através da elevação
da liquidez, a partir de agora a aludida instituição reduzirá o nível de
liquidez, tendo em vista uma melhora dos indicadores econômicos da economia
americana.
Se
o Brasil fizesse o dever de casa, através do combate responsável e sério da
inflação, não estaríamos preocupados com a política monetária americana e
muitos menos preocupados, com a alta dos preços dos combustíveis, que
inevitavelmente ocorrerá para equilibrar a equação, que tem afetado os lucros
da Petrobrás, pois a empresa adquiri os combustíveis pagando em dólares e vende
no mercado interno em real, com grande defasagem de preço, fazendo com que os
contribuintes assumam a diferença.
Em virtude desta adversidade econômica, o
governo terá que continuar a vender dólar, com o objetivo de mitigar os
prejuízos amargados pela joia da coroa, a Petrobrás, além do mais, segurar a espiral
inflacionária. Nada disto precisaria se o Governo não inventasse a famosa
contabilidade criativa das contas públicas, juntamente com o incentivo ao
consumo exacerbado, pois o preço desta brincadeira custou mais chegou. Agora
quem pagará a conta?
José Alves de Azevedo Neto
Economista
Nenhum comentário:
Postar um comentário