sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Contradição Monetária




Contradição Monetária

Ocorrem situações peculiares na economia brasileira que contrariam a própria teoria econômica, como por exemplo, a política monetária restritiva praticada atualmente pelo Banco Central (majoração das taxas de juros), cuja finalidade possui duas vertentes: a primeira constitui no combate a inflação através do desaquecimento da demanda agregada, com o encarecimento do crédito no país, e a segunda atrair reservas internacionais, com a formação de um colchão monetário, elevando o nível de reserva monetária do país em dólar, sem a possibilidade da desvalorização da moeda doméstica, inviabilizar o combate inflacionário, pois se a moeda interna desvaloriza, as importações ficam mais caras, por conta da alta dos preços dos produtos importados e como consequência direta, impede a entrada de bens e serviços estrangeiros no Brasil, com impacto negativo sobre a curva de competitividade dos produtos.

Tal situação ocorre na atual conjuntura, devido à falta de responsabilidade do governo federal na sua política fiscal de equilíbrio das contas públicas, cujos gastos e renúncias fiscais, aumentaram significativamente, através do fomento do crescimento econômico através do consumo fácil e demagógico, obrigando agora o governo a se financiar através da emissão de título públicos, com altas taxas de juros, devido a sua falta de credibilidade no mercado financeiro interno e global, em decorrência deste processo, a taxa de juros básica da economia (taxa Selic), chegará até dezembro de 2013 a 9,5%, como prova cabal, do reflexo do descontrole dos gastos públicos no Brasil.

Em razão desta conjuntura desfavorável provocada pela própria equipe econômica do ministro Mantega, o Banco Central terá que vender até dezembro de 2013, 60 bilhões de dólares das reservas cambias brasileira, para tentar enfrentar a volatilidade da moeda americana gerada pelos equívocos da política fiscal, praticado pelo governo federal, aliado também aos reflexos da política monetária americana, cuja curva neste momento se inverteu, antes o Banco Central americano irrigava o sistema econômico americano, através da elevação da liquidez, a partir de agora a aludida instituição reduzirá o nível de liquidez, tendo em vista uma melhora dos indicadores econômicos da economia americana.

Se o Brasil fizesse o dever de casa, através do combate responsável e sério da inflação, não estaríamos preocupados com a política monetária americana e muitos menos preocupados, com a alta dos preços dos combustíveis, que inevitavelmente ocorrerá para equilibrar a equação, que tem afetado os lucros da Petrobrás, pois a empresa adquiri os combustíveis pagando em dólares e vende no mercado interno em real, com grande defasagem de preço, fazendo com que os contribuintes assumam a diferença.

 Em virtude desta adversidade econômica, o governo terá que continuar a vender dólar, com o objetivo de mitigar os prejuízos amargados pela joia da coroa, a Petrobrás, além do mais, segurar a espiral inflacionária. Nada disto precisaria se o Governo não inventasse a famosa contabilidade criativa das contas públicas, juntamente com o incentivo ao consumo exacerbado, pois o preço desta brincadeira custou mais chegou. Agora quem pagará a conta?    

 

José Alves de Azevedo Neto

Economista

 

 

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