Vale
Tudo Por Dinheiro
Amanhã ocorrerá no
Congresso Nacional a votação do veto da presidente Dilma, a respeito da
distribuição dos royalties, onde a ilustre presidente, através dos seus
assessores jurídicos respeitou a constituição brasileira que determina que os
contratos firmados antes da vigência de qualquer lei, não podem ser desrespeitados,
por se tratar de ato jurídico perfeito.
Todavia, percebe-se
que ao longo da história republicana brasileira a nossa constituição, arcabouço
jurídico que nasceu do seio popular, com a finalidade de garantir aos cidadãos
e entes federativos, o seus direitos fundamentais, sofre ataques constantes por
parte de nossas autoridades constituídas, com a conivência e a aquiescência de
órgãos que deveriam zelar pela sua integridade, como é o caso agora do Supremo
Tribunal Federal, que numa demonstração pueril, mais uma vez rasga a carta
maior, para privilegiar interesses escusos, produzidos dentro do Congresso
Nacional.
Vejam por exemplo, no
caso específico dos três mil vetos que não foram votados até a presente data
pelos parlamentares brasileiros, numa clara colisão ao artigo 66 & 6º da
CF/88, que afirma que qualquer veto encaminhado ao Congresso Nacional, se não
apreciado e votado, tranca a pauta de votação, o que não ocorreu no Congresso
pátrio, o que é pior, tal artigo constitucional também foi desrespeitado pelo
Supremo Tribunal Federal, que numa decisão colegiada determina que o veto da
presidente Dilma, poderá ser votado antes da apreciação dos demais vetos, que se
encontram no parlamento brasileiro para serem apreciados.
Tal situação é odiosa,
configura para toda a nação brasileira, que as instituições brasileiras são
movidas por interesses financeiros, para atender a grupos políticos, que quando
os seus interesses paroquiais estão em jogo, é possível inclusive, rasgar a
maior das leis do nosso país, que é a Carta Magna, diploma legal que tem o
condão de zelar pelo equilíbrio econômico-financeiro e jurídico de toda à
nação.
Diante desta
conjuntura duvidosa e recheada de interesses escusos por todos os lados, os
estados produtores de petróleo, deverão perder o valor de R$ 4,814 bilhões,
como tudo indica, já que a votação que ocorrerá amanhã se delineia como mais um
massacre, àqueles estados que foram contemplados por Deus, com as suas riquezas
minerais.
Não é justo e nem
legal o que estão fazendo com os estados produtores, querem ficar com o bônus
financeiro da divisão dos royalties e deixar para nós uma parte do bônus e todo
o ônus, como por exemplo, o passivo ambiental que foi gerado ao longo dos anos
de exploração petrolífera, pois como todos sabem a atividade de exploração de
petróleo é uma das mais poluidoras do mundo. Sem contar o custo social,
inerente as regiões petrolíferas, pois onde existe riqueza, ocorre uma atração
maior de pessoas em busca de oportunidades de emprego, que às vezes não se
concretizam, fazendo-as engrossar o exército de excluídos nas cidades
demandadas. Como consequência, eleva a necessidade do poder público, aportar
mais recursos orçamentários em políticas públicas, com o fito de mitigar o
custo social das populações, à margem do sistema econômico e social.
Não aceitaremos o que
talvez ocorra amanhã no congresso nacional, um verdadeiro enfrentamento entre
os estados, com um flagrante rompimento do pacto federativo. Lamentável!
José
Alves de Azevedo Neto
Economistas
Nenhum comentário:
Postar um comentário